
A Família Zé Gotinha, bonecos-símbolos das campanhas de vacinação anti-pólio, a partir da década de 1980.
Uma vez mais, o Brasil realiza, neste dia 19 de setembro, um dia nacional de vacinação contra a Póliomielite. Importantíssimo, infaltável, mas sem o mesmo impacto que as mídias imprimiam na comunidade, até pouco tempo atrás. Hoje, mesmo sendo divulgados na grande imprensa, essas campanhas nacionais prescindem da ressonância que obtinham, talvez por falta de um maior empenho de marketing social.
Sem a presença do Zé Gotinha, boneco-símbolo criado para essas campanhas a partir da década de 1980, parece que o fantasma da Pólio - assustador e nada amigável, bem diverso da família Zé Gotinha - tem mais chances de reaparecer no Brasil. Isso porque, sem o apelo de antes, as campanhas têm conseguido imunizar cada vez menos crianças de 0 a 5 anos de idade.
Alarmista, eu?... Não, já que as recentes estatísticas da OMS mostram a escalada até então incontrolável dos póliovírus, na África e em outras áreas do planeta. Nesses quadrantes, guerras territoriais, disputas políticas e fanatismo religioso têm colocado a vacina fora do alcance dessas populações. Somem-se a isso condições de miséria e desnutrição crônicas, para termos um quadro alarmante de disseminação da doença.
O mundo precisa patrulhar e conter o novo e terrível avanço da Póliomielite. Junto com as mortes e as sequelas permanentes, mais os efeitos tardios da Síndrome Pós-Pólio, a humanidade corre o risco de ver cepas mutantes dos vírus solapando os esforços profiláticos até hoje realizados. Pouco ou nada adiantariam as campanhas de vacinação em massa, como as do Brasil, se novos vírus se espalhassem pelo País.
Portanto, precisamos cobrar - do Governo e da sociedade - a manutenção das campanhas e a frequência massiva aos postos de vacinação. Manter as crianças do Brasil livres da Pólio já terá sido um bom começo, na erradicação desse mal do planeta.
J. Olímpio
Nenhum comentário:
Postar um comentário