domingo, 27 de setembro de 2009

Domingo GLTB

Hoje, aconteceu em Curitiba - PR (Brasil) a Parada da Diversidade GLTB. Mais de 120 mil homossexuais, lésbicas, transexuais e bissexuais - mais os simpatizantes, claro! - desfilaram sua empolgação e seu orgulho por ruas centrais da cidade; desta vez protestando contra a homofobia.

Certa vez, numa conversa informal, brinquei que o paroxismo de minoria social deveria ser uma pessoa deficiente, negra, obesa, homossexual e careca! Eu mesmo sou deficiente físico e careca, já estou a caminho de pertencer a essa "minoria"...

Ao ver as fotos da Parada GLTB, porém, tive uma súbita iluminação. Nunca gostei muito de manifestações públicas, de passeatas e protestos. Sempre achei bastante perigosas, no sentido de poderem desencadear reações violentas. Por outro lado, as passeatas e quetais têm efeitos (desculpem a obviedade) PASSAGEIROS. Cadeirantes, cegos, surdos e sindrômicos, todos reinvindicando o fim do preconceito e o começo de uma nova consciência inclusiva. Todos olham, até aplaudem e... E é só!

Nossa vocação cidadã nos impulsiona a algo mais efetivo, durável, permanente. Não desprezo a Parada, só penso que a luta por fora dela seja mais vitoriosa. Não nego o efeito "chocante" da exposição das tribos, só tenho certeza de que o dia-a-dia expõe bem melhor os dramas de todos e cada um. Não desmereço quem promove esses eventos, mas reservo um elogio especial a quem promove as pessoas sem alarde.

Todos nós sabemos a dor e a delícia de ser o que somos. Cada um de nós merece o melhor que a vida pode nos oferecer. Saber sacar isso da sociedade, sem usurpar os direitos alheios é o ideal democrático. E esse ideal não se conquista num só dia, com festa e euforia. Mas na batalha diária dos que não se permitem desistir.

J. Olímpio

Um comentário:

  1. Grande Olimpio!
    Alio-me ao seu modo de pensar. Cumprimento-o pela maneira delicada com que expós o tema. Creio que em tudo isso existe um grande divisor de águas que esta atrelado a vontade, ao tempo. Sim estamos em nossa luta contra a discriminação não por um ato deliberativo de vontade e/ou opção, mas sim por uma determinação do destino, carregamos a nossa bandeira desde que nascemos. Administramos preconceitos diuturnamente, não dispomos de saídas, de tangentes, de opções.Nossa bandeira sangra no peito há anos, infelizmente jamais escrita com a alegria e cores do arco-íris. Admito ser cunhada com o verde, a cor que nos promove a razão de viver, a esperança! Essas são as nossas diferenças. Valeu!
    Beijos
    Eliana Aquino

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